CONCEIÇÃO
Por Hugo Henrique
Vestidos de noiva, prostitutas, presidiários recém-fugidos e uma das maiores festas religiosas de Pernambuco. Estes são os elementos-chave de Conceição (1999), um curta ficcional de Heitor Dhalia impregnado de realidade, que constrói um considerável recorte da dinâmica recifense.
O filme, com constante presença de fortes cores e contrastes, narra a história de dois presidiários (personagens de Aramis Trindade e Cláudio Assis) que roubam vestidos de noiva para duas prostitutas (interpretadas por Magdale Alves e Mônica Pantoja) pagarem uma promessa no Morro da Conceição. Essa união de elementos, alguns aparentemente díspares, é acompanhada de uma linguagem repleta de expressões populares e regionais que despertam de maneira fácil empatia no público. A facilidade de aproximação com o espectador é ratificada com o uso de uma câmera que circula de maneira bastante solta, levando-o a fazer parte de um cenário vernáculo.
Assim como em Texas Hotel (1999, Cláudio Assis), Conceição aborda e reapropria lugares urbanos marginalizados. No entanto, o filme de Heitor Dhalia mostra-se nitidamente distinto daquele primeiro pela escolha de como abordar essa realidade. Mesmo utilizando espaços e classes marginalizados socialmente, o curta opta por um tratamento estético que não assinala o sujo, e sim dá espaço para o colorido forte, e transpõe os problemas para uma esfera ficcional, tornando-o uma obra leve e descontraída.
O movimento manguebeat exerce também forte influência no filme e é, portanto, facilmente lembrado. A forma como a cidade é abordada, os lugares do Recife que são mostrados, a presença de ícones da cena mangue como Roger de Renoir e alguns músicos da banda Nação Zumbi e diversas outras alusões mostram-se constantes no transcorrer da história. A utilização de analogias ao manguebeat faz uso de diversos códigos restritos, muitas vezes, ao universo recifense; no entanto, o desconhecimento desses pontos não prejudica o entendimento da história.
Outro recurso bastante interessante no curta é a utilização de cartelas (largamente usadas no cinema mudo) que fazem uso de uma rica intertextualidade. As cinco cartelas mostradas trazem nomes de antigos cinemas desativados do Recife e filmes famosos das décadas de 50, 60 e 70, que desenvolvem no seu enredo algum ponto em comum ao que acontece naquele momento no curta.
No espaço em que é mostrada, a festa no Morro da Conceição é ricamente abordada e aí se faz clara a ligação com o título do curta. Nessa seqüência, assistimos à total transposição das prostitutas a um papel em que elas mostram-se fiéis à santa por completo. Vestidas de noivas e fazendo seus pedidos e orações para que o mal, representado durante todo o filme pela figura de uma cobra, mantenha-se longe, ambas são diluídas em meio à multidão que também reza e agradece à santa.
Após o desfecho da história, o espectador é ainda convidado para um passeio no táxi de Roger. Numa tomada que não mantém ligação estrita com o resto do curta, a não ser pela figura do táxi e seu motorista, serão pontuados alguns dos problemas do Recife, ainda que de forma conformista. O banco do veículo que outrora transportou os fugitivos leva agora personalidades da cultura local.
Com um aspecto visual marcante e bem resolvido, o curta de Heitor Dhalia consegue requinte e precisão em sua estética e a partir daí contar uma história simples explorando precisamente as situações. A particular abordagem fictício-real de três importantes esferas sociais – a religiosa, a marginalizada e a cultural – tornam o filme bem-sucedido e permite, assim, a construção de uma divertida e verdadeira representação de parte da sociedade recifense.
Referências:
FONSECA, Nara Aragão. Da lama ao cinema: interfaces entre o cinema e a cena mangue em Pernambuco. Recife, 2006. 125 folhas Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco. CAC. Comunicação.
MENDONÇA FILHO, Kleber. Nova safra tem boa recepção. JC Online. Disponível em http://www2.uol.com.br/JC/_1999/2408/cc2408h.htm. Acesso em 5 jan. 2008.
ZANFOLIN, Sofia. O Recife Pós-moderno: a estetização da periferia. Disponível em http://64.233.169.104/search?q=cache:PvhbFIyr3X4J:reposcom.portcom.intercom.org.br/bitstream/1904/4975/1/NP13ZANFORLIN.pdf+%22Em+Concei%C3%A7%C3%A3o,+as+primeiras+imagens
+da+cidade+surgem+atrav%C3%A9s+do+vidro+traseiro+do%22&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1&gl=br. Acesso em 5 jan. 2008.
Por Hugo Henrique
Vestidos de noiva, prostitutas, presidiários recém-fugidos e uma das maiores festas religiosas de Pernambuco. Estes são os elementos-chave de Conceição (1999), um curta ficcional de Heitor Dhalia impregnado de realidade, que constrói um considerável recorte da dinâmica recifense.
O filme, com constante presença de fortes cores e contrastes, narra a história de dois presidiários (personagens de Aramis Trindade e Cláudio Assis) que roubam vestidos de noiva para duas prostitutas (interpretadas por Magdale Alves e Mônica Pantoja) pagarem uma promessa no Morro da Conceição. Essa união de elementos, alguns aparentemente díspares, é acompanhada de uma linguagem repleta de expressões populares e regionais que despertam de maneira fácil empatia no público. A facilidade de aproximação com o espectador é ratificada com o uso de uma câmera que circula de maneira bastante solta, levando-o a fazer parte de um cenário vernáculo.
Assim como em Texas Hotel (1999, Cláudio Assis), Conceição aborda e reapropria lugares urbanos marginalizados. No entanto, o filme de Heitor Dhalia mostra-se nitidamente distinto daquele primeiro pela escolha de como abordar essa realidade. Mesmo utilizando espaços e classes marginalizados socialmente, o curta opta por um tratamento estético que não assinala o sujo, e sim dá espaço para o colorido forte, e transpõe os problemas para uma esfera ficcional, tornando-o uma obra leve e descontraída.
O movimento manguebeat exerce também forte influência no filme e é, portanto, facilmente lembrado. A forma como a cidade é abordada, os lugares do Recife que são mostrados, a presença de ícones da cena mangue como Roger de Renoir e alguns músicos da banda Nação Zumbi e diversas outras alusões mostram-se constantes no transcorrer da história. A utilização de analogias ao manguebeat faz uso de diversos códigos restritos, muitas vezes, ao universo recifense; no entanto, o desconhecimento desses pontos não prejudica o entendimento da história.
Outro recurso bastante interessante no curta é a utilização de cartelas (largamente usadas no cinema mudo) que fazem uso de uma rica intertextualidade. As cinco cartelas mostradas trazem nomes de antigos cinemas desativados do Recife e filmes famosos das décadas de 50, 60 e 70, que desenvolvem no seu enredo algum ponto em comum ao que acontece naquele momento no curta.
No espaço em que é mostrada, a festa no Morro da Conceição é ricamente abordada e aí se faz clara a ligação com o título do curta. Nessa seqüência, assistimos à total transposição das prostitutas a um papel em que elas mostram-se fiéis à santa por completo. Vestidas de noivas e fazendo seus pedidos e orações para que o mal, representado durante todo o filme pela figura de uma cobra, mantenha-se longe, ambas são diluídas em meio à multidão que também reza e agradece à santa.
Após o desfecho da história, o espectador é ainda convidado para um passeio no táxi de Roger. Numa tomada que não mantém ligação estrita com o resto do curta, a não ser pela figura do táxi e seu motorista, serão pontuados alguns dos problemas do Recife, ainda que de forma conformista. O banco do veículo que outrora transportou os fugitivos leva agora personalidades da cultura local.
Com um aspecto visual marcante e bem resolvido, o curta de Heitor Dhalia consegue requinte e precisão em sua estética e a partir daí contar uma história simples explorando precisamente as situações. A particular abordagem fictício-real de três importantes esferas sociais – a religiosa, a marginalizada e a cultural – tornam o filme bem-sucedido e permite, assim, a construção de uma divertida e verdadeira representação de parte da sociedade recifense.
Referências:
FONSECA, Nara Aragão. Da lama ao cinema: interfaces entre o cinema e a cena mangue em Pernambuco. Recife, 2006. 125 folhas Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco. CAC. Comunicação.
MENDONÇA FILHO, Kleber. Nova safra tem boa recepção. JC Online. Disponível em http://www2.uol.com.br/JC/_1999/2408/cc2408h.htm. Acesso em 5 jan. 2008.
ZANFOLIN, Sofia. O Recife Pós-moderno: a estetização da periferia. Disponível em http://64.233.169.104/search?q=cache:PvhbFIyr3X4J:reposcom.portcom.intercom.org.br/bitstream/1904/4975/1/NP13ZANFORLIN.pdf+%22Em+Concei%C3%A7%C3%A3o,+as+primeiras+imagens
+da+cidade+surgem+atrav%C3%A9s+do+vidro+traseiro+do%22&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1&gl=br. Acesso em 5 jan. 2008.
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CONCEIÇÃO
Por Rayanne Andrade
“Conceição” (1999), de Heitor Dhalia, narra a história de duas prostitutas que se sentem seduzidas por dois vestidos de noivas expostos na vitrine de uma loja. Elas, sonhando em vesti-los, ficam paradas em frente à loja observando-os. No entanto, o dono da loja pensa que elas estão usando a calçada da frente de seu estabelecimento para se prostituírem e as expulsa de lá, por não querer ter o nome de sua loja agregado a essa prática. As duas, sem terem o dinheiro para comprar tal produto, decidem pedir a dois amigos recém-fugidos do Aníbal Bruno, penitenciária do Recife, que roubem o vestido para que elas possam usá-los na festa do morro da Conceição e se sentirem noivas por pelo menos um dia.
O curta é iniciado com os créditos misturados a frases de ditos populares, todos em placas pintadas à mão e dispostos de maneira que a câmara passeia por um ambiente repleto delas. Assim, tudo feito em uma única tomada. O filme é dividido em capítulos, como em “O Cheiro do Ralo” – filme de mesmo diretor – e cada parte possui o nome de um famoso filme como se estivesse em cartaz em algum cinema antigo da cidade do Recife.
Várias cenas do Recife são mostradas sempre que aparece um personagem externo à trama, um típico taxista recifense vivido por Roger de Renor. Enquanto transporta os personagens principais, o rádio de seu táxi nos dá notícias importantes que ajudam o entendimento do desenrolar da história, na voz de Cardinot, radialista que fez sucesso na cidade com seu programa policial sensacionalista.
As cenas que se passam na festa de Nossa Senhora da Conceição têm um toque de realismo, pois são gravadas no mesmo dia em que ocorre a festa. Pessoas comuns (não atores) são mostradas chegando ao morro e enquanto as duas atrizes são retratadas em sua penitência, milhares de outras personagens reais se confundem com elas na multidão.
A imagem da santa é lembrada desde o início, quando é mostrada junto aos vestidos brancos de noiva uma escultura de cobra, assim como na imagem da santa que fica no morro, mostrada no final, no dia da festa. A cobra também aparece no momento entre a entrega dos vestidos e o desaparecimento dos bandidos, junto aos manequins roubados, e representa o pecado. Nota-se, ainda, a pintura da mesma cobra em uma espécie de toalha pendurada na janela de um prédio.
A parte final, intitulada “Táxi Driver”, é uma seqüência com o motorista de táxi rodando pela cidade e conversando com os passageiros sobre o Recife. De forma irreverente, entre ironias e piadas, ele cita mais defeitos do que qualidades do Recife, ressaltando também a dificuldade do povo que vive nesta cidade. O texto é cativante, gerando identificação com o público, posto que poderia ser dito naturalmente por qualquer recifense que, apesar de todas as dificuldades, ama a sua cidade.
Enquanto Roger profere seu texto, no banco traseiro do táxi passam figuras ilustres e conhecidas da cena recifense, como Geninha da Rosa Borges, José Pimentel, Jason Wallace, Canibal, Wlamir Chagas e até mesmo o próprio Heitor Dhalia, entre tantas outras. É uma espécie de homenagem a esses personagens que fazem do Recife um pólo artístico-cultural. Homenagem essa que não poderia deixar de existir, uma vez que “Conceição” é um curta que conta toda a sua narrativa na cidade do Recife e a mostra em tomadas panorâmicas. Nada mais justo que homenagear essa cidade que nos dá essa diversidade de lindos planos e os artistas que a fazem capital multicultural.
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Por Rayanne Andrade
“Conceição” (1999), de Heitor Dhalia, narra a história de duas prostitutas que se sentem seduzidas por dois vestidos de noivas expostos na vitrine de uma loja. Elas, sonhando em vesti-los, ficam paradas em frente à loja observando-os. No entanto, o dono da loja pensa que elas estão usando a calçada da frente de seu estabelecimento para se prostituírem e as expulsa de lá, por não querer ter o nome de sua loja agregado a essa prática. As duas, sem terem o dinheiro para comprar tal produto, decidem pedir a dois amigos recém-fugidos do Aníbal Bruno, penitenciária do Recife, que roubem o vestido para que elas possam usá-los na festa do morro da Conceição e se sentirem noivas por pelo menos um dia.
O curta é iniciado com os créditos misturados a frases de ditos populares, todos em placas pintadas à mão e dispostos de maneira que a câmara passeia por um ambiente repleto delas. Assim, tudo feito em uma única tomada. O filme é dividido em capítulos, como em “O Cheiro do Ralo” – filme de mesmo diretor – e cada parte possui o nome de um famoso filme como se estivesse em cartaz em algum cinema antigo da cidade do Recife.
Várias cenas do Recife são mostradas sempre que aparece um personagem externo à trama, um típico taxista recifense vivido por Roger de Renor. Enquanto transporta os personagens principais, o rádio de seu táxi nos dá notícias importantes que ajudam o entendimento do desenrolar da história, na voz de Cardinot, radialista que fez sucesso na cidade com seu programa policial sensacionalista.
As cenas que se passam na festa de Nossa Senhora da Conceição têm um toque de realismo, pois são gravadas no mesmo dia em que ocorre a festa. Pessoas comuns (não atores) são mostradas chegando ao morro e enquanto as duas atrizes são retratadas em sua penitência, milhares de outras personagens reais se confundem com elas na multidão.
A imagem da santa é lembrada desde o início, quando é mostrada junto aos vestidos brancos de noiva uma escultura de cobra, assim como na imagem da santa que fica no morro, mostrada no final, no dia da festa. A cobra também aparece no momento entre a entrega dos vestidos e o desaparecimento dos bandidos, junto aos manequins roubados, e representa o pecado. Nota-se, ainda, a pintura da mesma cobra em uma espécie de toalha pendurada na janela de um prédio.
A parte final, intitulada “Táxi Driver”, é uma seqüência com o motorista de táxi rodando pela cidade e conversando com os passageiros sobre o Recife. De forma irreverente, entre ironias e piadas, ele cita mais defeitos do que qualidades do Recife, ressaltando também a dificuldade do povo que vive nesta cidade. O texto é cativante, gerando identificação com o público, posto que poderia ser dito naturalmente por qualquer recifense que, apesar de todas as dificuldades, ama a sua cidade.
Enquanto Roger profere seu texto, no banco traseiro do táxi passam figuras ilustres e conhecidas da cena recifense, como Geninha da Rosa Borges, José Pimentel, Jason Wallace, Canibal, Wlamir Chagas e até mesmo o próprio Heitor Dhalia, entre tantas outras. É uma espécie de homenagem a esses personagens que fazem do Recife um pólo artístico-cultural. Homenagem essa que não poderia deixar de existir, uma vez que “Conceição” é um curta que conta toda a sua narrativa na cidade do Recife e a mostra em tomadas panorâmicas. Nada mais justo que homenagear essa cidade que nos dá essa diversidade de lindos planos e os artistas que a fazem capital multicultural.
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CONCEIÇÃO
Por Gabriela Leal
“Conceição é um filme de prostitutas, bandidos, com uma santa no meio”
Diversão, ação, e até uma pitada de emoção podem ser encontrados nesse envolvente curta de Heitor Dhália.
Conceição envolve o telespectador desde o início, com duas mulheres “de vida fácil”, bastante divertidas, admirando vestidos de noiva, abobalhadas. A narrativa segue de forma bastante ativa: uma fuga, uma perseguição, paixões e um plano, que levará ao roubo dos tais vestidos para a festa no morro da conceição.
Na verdade, não fica totalmente explícito o motivo do nome da narrativa, até o momento em que as duas mulheres estão no ônibus, a caminho do morro Recifense que dá título ao curta.
O curta brinca com nomes de filmes, que foram transmitidos em cinemas locais, para narrar a história, correlacionando a cena ao filme citado. Por exemplo, quando os bandidos vão cumprir o trato que fizeram com as prostitutas, surge uma tela onde se lê “O Pagador de Promessas – Cine Duarte Coelho”.
A direção de arte de Maria Duda é bastante adequada. Há uma representação detalhada da realidade recifense a todo tempo. Alguns detalhes, como o fato de uma das prostitutas estar com o cabelo preso com uma touca, na rua, característica recorrente na mulher da classe média baixa, conquistam a simpatia do interlocutor. Há muita cor, característica também presente na nossa cultura, tudo é muito colorido, as roupas estampadas, etc. Outro detalhe que se relaciona perfeitamente ao recife é o fato de as máscaras que os bandidos utilizam no roubo serem de papangu, personagem do carnaval pernambucano.
A representação precisa da nossa realidade é, sem dúvida, um ponto forte no curta-metragem. O taxista sempre ouvindo programas sensacionalistas, falando de tragédias, representado pelo típico Cardinot; A religiosidade “desleixada”, que só é lembrada na hora de pedir algo, em dia santo.
Pode-se notar, também, a presença de algumas citações tipicamente nordestinas, ou que falam de personagens nossos. Cláudio Assis, por exemplo, cita Matheus e Catirina e se utiliza de gírias só nossas, cômicas, ganhando, mais uma vez, a simpatia do espectador, como, por exemplo, “queimar o arroz”.
O curta transmite emoção, sobretudo aos próprios recifenses, que encontram aí um espelho de suas características mais banais, das quais nem notam a existência até que sejam representadas nesse curta. Heitor tenta mostrar a irreverência do povo recifense ao Brasil, através de uma história simples e gostosa de assistir.
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